sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Inconscientes

Inconscientes é um divertido filme espanhol com direção de Joaquín Oristrell, produção de Mariela Besuievski, Marta Esteban e Gerardo Herrero, lançado no ano de 2004, com Leonor Watling (Alma), Luis Tosar (Salvador), Alex Brendemühl (León), Mercedes Sampietro (Sra. Mingarro), Núria Prims (Olivia), Ana Rayo (Tórtola), Juanjo Puigcorbé (Dr. Mira) e Marieta Orozco (Violeta) no elenco. Classificado no gênero de comédia, porém apresenta seu lado de suspense e um pouco de drama.

Alma (Leonor Watling) está grávida de 9 meses é casada com Leon (Alex Brendemühl), um psiquiatra que durante o verão viaja para Viena, conhece Freud e se apaixona por suas idéias, iniciando sua própria pesquisa em uma clínica que dirige. A irmã Olívia (Nuria Prims) é casada com Salvador (Luis Tosar) – também psiquiatra - que secretamente possui uma paixão por Alma.

A trama começa no ano de 1913 quando Leon decide sair de casa deixando Alma desesperada, o que a faz procurar por seu cunhado Salvador, pedindo-lhe que a ajudasse a achar Leon. Como Salvador nutre uma paixão recolhida por sua cunhada resolve lhe ajudar.

Leon estava preparando uma tese sobre histeria e sexualidade feminina com 4 moças e essa tese é encontrada por Alma e Salvador, que assumem características de detetives neste momento do filme (que assume o seu lado de suspense).

Inconscientes é um filme ousado e criativo que enfrenta tabus bastante fortes na sociedade, pois aborda assuntos como incesto, homossexualidade masculina e feminina e traições conjugais. Retrata o estudo da psicanálise, inclusive com a aparição de Freud, em um momento que ele esta fazendo uma turnê pelo mundo para divulgar suas novas idéias, métodos e novidades da psicologia.

Ao longo do filme, segredos e surpresas são desvendados. As atuações são excelentes e o seu desfecho o torna uma excelente e divertida indicação para quem gosta de boas produções.

Assista ao trailer de Inconscientes

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Eduardo Noriega

O ator espanhol Eduardo Noriega, nascido em Santander no dia 01 de agosto de 1973, filho caçula e único a se dedicar às artes, quando pequeno estudou piano, coral e sonhava em ser jogador de futebol. Até hoje tem esse esporte como uma de suas paixões (Maradona é o seu grande ídolo), além do cinema e da literatura. Estudante de direito, largou o curso e se dedicou ao teatro, o que o levou a mudar-se para Madri para que pudesse estudar na Escola Pública de Arte Dramática.

Estreou no cinema com o filme “Historias Del Kronen” em 1995, porém foi com o filme “Tesis”, do então estreante cineasta Alejandro Amenábar, que ele despontou para o estrelato e que o permitiu trabalhar ao lado de seu ator preferido Fele Martinez. Foi com o segundo filme de Amenábar, “Abre los ojos”, que Noriega teve sua consolidação como ator, dando-lhe abertura para ganhar cada vez maior preferência pelo público e pelos diretores espanhóis.

Desde então, Noriega não pára de receber convites para atuar em filmes espanhóis. Internacionalmente, sua nacionalidade pode muitas vezes ser confundida, pois apesar de ser espanhol muito dos seus filmes tem produções e direções argentinas, como o seu mais famoso filme aqui no Brasil, o argentino "Plata Quemada".

Segue a lista de alguns dos filmes mais conhecidos de Noriega:
“Historias Del Kronen”(1995)
“Tesis”(1996)
“Plata Quemada”(2000)
“El Lobo”(2004)
“Che Guevara”(2006)


Confira um trecho do filme “Abre los ojos”, de Alejandro Amenábar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Najwa Nimri

Na Espanha, a atriz (e cantora) meio basca meio jordana Najwa Nimri é uma estrela. Tanto no mundo do cinema como da música, a moça de 35 anos já tem uma carreira consolidada (apesar de não ter feito muitos filmes) e uma legião de fãs que estão sempre ansiosos por suas novas estréias e a acompanham em shows por todo o país.

Com apenas 12 anos de carreira cinematográfica, Najwa (se pronuncia "náiua") teve sua estréia nas telonas em 1995 no filme "Salto Al Vacío", do cineasta basco Daniel Calparsoro, onde interpretava Alex, uma mulher excêntrica e que leva um conturbada vida entre problemas com a família e com um grupo de amigos metidos em tráfico de armas e drogas. Já na sua estréia, Najwa teve que raspar a cabeça e assumir a responsabilidade de um papel protagonista. Calparsoro a descubriu em um cast e não largou mais dela - a convidou para o elenco de mais quatro filmes seus, entre 1996 e 2000, e os dois acabaram se casando, com direito a tatuagens de amor eterno com o nome do casal e tudo.

Mas em 1997, quando estreava o filme "A Ciegas", do seu marido, outro cineasta parou para prestar atenção no talento da inexperiente atriz: Alejandro Amenábar, que estava para dirigir seu segundo filme, "Abre Los Ojos" (aqui no Brasil, "Preso na Escuridão", filme que Tom Cruise e Cameron Crowe refilmaram sob o nome de "Vanilla Sky"). Amenábar convidou Najwa pra interpretar a controversa Nuria em "Abre los Ojos", um personagem secundário, mas de fundamental importância no argumento do roteiro - em "Vanilla Sky", o mesmo papel foi interpretado por Cameron Diaz. Com seu visual excêntrico e com seus grandes e chamativos olhos, não demorou para que uma lista de cineastas começasse a reparar nas possibilidades artísticas oferecidas pela atriz.

Foi o que aconteceu com o cineasta basco Julio Medem, que convidou Najwa Nimri para protagonizar seu quarto longa-metragem, "Los Amantes del Círculo Polar". Nessa poética e dramática história de amor, Najwa interpreta Ana, uma jovem apaixonada que vai até a Finlândia esperar pela casualidade da sua vida. Tanto Najwa como Julio Medem ficaram conhecidos no Brasil no ano do lançamento desse filme, 1998, o primeiro filme de Medem a ter alguma expressão por aqui. Até hoje, o papel de Ana é considerado um dos seus melhores. Na Espanha, a popularidade de Najwa só aumentava, e passou a ser considerada uma atriz séria e de papéis fortes e expressivos, onde tinha oportunidade de mostrar as mais diferentes facetas do seu talento.

Em 2001 a atriz volta a trabalhar com Medem em "Lucía y el Sexo", o maior sucesso internacional do diretor. Aqui ela tem um papel coadjuvante, mas de força incontestável, ainda mais devido a uma interpretação contida e dramática na medida correta. Com experiências como essa no currículo, Najwa Nimri passou a ser consagrada no cinema espanhol e, a partir daí, não parou de fazer filme, um atrás do outro, dos mais diferentes gêneros e interpretando personagens sempre muito distintos entre si. A peculiaridade de sua figura e interpretação a permitiu dar-se ao luxo de escolher seus papéis, que vão desde mocinhas boazinhas a executiva mal-caráter, em filmes como "Fausto 5.0" (2001), "Piedras" (2002), "La reina del bar Canalla" (2003), "Utopía" (2003), "Agents secrets" (2004), "A+ (Amas)" (2004) y "20 centímetros" (2005).

Seu último trabalho expressivo foi no longa "El Metodo", do cineasta argentino Marcelo Piñeyro, conhecido aqui no Brasil pelo filme "Plata Quemada". O longa fala das peripécias para se conseguir um bom trabalho a partir de um grupo de pessoas que lidam com inveja, traição e desespero em suas vidas laborais. Najwa tem mais dois filmes prontos para estrearem ainda em 2007 na Espanha: "Oviedo Express" e "Mataharis".

Desde 1998, Najwa compartilha seus dias entre o cinema e a música. Cantora de música soul e jazz antes mesmo de estrear como atriz, a moça já lançou cinco álbuns, entre trabalhos solo, com um parceiro ou em trilhas sonoras de filmes. Najwa sai constantemente em turnê pela Espanha e muitos dos seus fãs a conheceram no palco, sem nem saber que ela também é atriz.




Assista a um videoclip de Najwa Nimri

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Para além de Almodóvar

Não é só no Brasil que acontece isso: falar de cinema espanhol é falar de Pedro Almodóvar, o cineasta espanhol mais pop entre os estrangeiros. Em toda a Europa também é assim, o cinema espanhol muitas vezes se resume à última produção almodovariana, dando espaço una vez ou outra ao aparecimento de figuras descobertas pelo Oscar, como o Alejandro Amenábar, mundialmente reconhecido por "Os Outros", com Nicole Kidman, e logo por "Mar Adentro", vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, com Javier Bardem.

Mas isso não é culpa de ninguém, senão da falta de publicidade direcionada à promoção do cinema espanhol pelo mundo. Enquanto muitos cineastas sonham em ser Almodóvar quando crescer, o malaguenho continua com a estabilidade de sua carreira e muitos e muitos filmes são anualmente lançados e distribuídos na Espanha. Há, inclusive, uma certa ojeriza por parte do público espanhol para com os filmes de Almodóvar, pelos quais não se sentem nem de longe representados, e uma boa parte do público do país prefere cineastas como Bigas Luna, Julio Medem, Alex de la Iglesia, Fernando Trueba etc.

Aqui no Brasil, pior. Poucos filmes espanhóis chegam às nossas salas de cinema, se considerarmos a quantidade produzida nesse país. Como em qualquer outro lugar do mundo, aqui Almodóvar também é referência (e referência cult, diga-se de passagem), e poucos são os que conhecem uma filmografia que vá além do escracho do cineasta malaguenho. Temos poucos filmes espanhóis contemporâneos nas nossas (poucas) telas de cinema, e as videolocadoras não ajudam muito, resultando numa notável falta de conhecimento e informação acerca da filmografia espanhola, que vem apresentando uma série de novas idéias, temas e estéticas cinematográficas.

E esse blog quer justamente oferecer uma ferramenta de informação acerca da nova cinematografia espanhola. Notas Sobre El Cine de España pretende trazer textos informativos sobre filmes, cineastas, atores, técnicos e qualquer outro aspecto relacionado ao cinema contemporâneo da Espanha, tudo para oferecer ao leitor uma base de dados sobre esse lado do cinema espanhol que não é nada conhecido por aqui. Dicas de novos filmes, informações sobre diretores dos quais você nunca ouviu falar, mais informações sobre aqueles dos quais você já ouviu falar alguma coisa, perfis de atores e atrizes expressivos dessa nova safra, comentários obre trilhas sonoras e seus responsáveis, enfim, a proposta é reunir num só lugar toda a informação que julgamos interessante para quem aprecia o cinema espanhol ou simplesmente se interessa em conhecê-lo com mais profundidade.
* Imagem do post:
"Los Amantes del Círculo Polar" (Os Amantes do Círculo Polar),
de Julio Medem. Espanha, 1998.

Assista ao trailer de "Los Amantes del Circulo Polar".